Gran Torino

[Vamos dar uma pausa nos assuntos chatos e falar de lugares bonitos hoje]

Apesar de a primeira viagem planejada ter sido pra Espanha, Torino (ou Turim) foi o primeiro destino de fato.  A pesquisa pra conhecer o que a cidade oferecia foi tão rápida quanto a decisão pra viajar. Decidimos num dia e no outro cedinho estávamos lá pra pegar o trem. Falo no plural porque fomos em cinco pessoas.

 Tali, io, Cami Concer, Cami Natucci e Yan. A rapeize da viagem

É aquela coisa: a primeira impressão é a que fica... e logo que chegamos descobrimos que estava acontecendo uma feira de chocolate, assim a cidade já ganhou VÁRIOS pontos comigo!

A feira! ... sim! BALDE de Nutella de 5kg! Só tem aqui na Italia :)

Aqui na Itália a cidade é famosa por ser o berço da Fiat, criadora do Martini, abrigo do Santo Sudário e pelos chocolates. A fábrica Caffarel, que é muito conhecida aqui, é de Turim. Acredito que os chocolates sejam gostosos da mesma forma que as embalagens são bonitas.

A cidade fica a 2 horas de trem de Milão e dá tranquilamente pra ir e voltar no mesmo dia. Por isso alguns museus como o de Arte Egípcia que possui o terceiro maior acervo do mundo, ficaram para outra visita.
Não sei se era por causa da feira e assim a cidade estava super movimentada, mas a limpeza e organização de um modo geral chamava muito a atenção. Jardins, floreiras, ruas, tudo impecável! Guardo uma ótima impressão da cidade até o momento que passamos pela Piazza Reppublica onde estava rolando uma feira que mais parecia o Paraguai! Seguir pela Via Margherita também não foi legal... Os imigrantes africanos e árabes que vivem na Itália predominam nesse comércio. Eu não sei se sou eu que não consigo entender os hábitos e o humor desse povo, mas eles são rudes de graça contigo!
Enfim, causada a boa impressão, o passeio começou, adivinha? Visitando igrejas! (metade das minhas fotos até agora são de igrejas, mas confesso que vale a pena entrar em cada uma). País sede do catolicismo, sabe como é...
Chegando em Torino procure o ponto de informações turísticas e peça um mapinha (que tem distribuição gratuita). Se você já tem seu roteiro montado, melhor! Mas não é difícil de esquematizar um em menos de 5 minutos. A cidade tem basicamente duas vias principais, a Via Roma e a Via Po, onde ali e nos pequenos arredores está tudo que se pode ver em um dia.
Voltando às igrejas... todas as que visitei tem um “que” de destaque:

• As Igrejas Gêmeas de San Carlo e Santa Cristina

Sim! Duas igrejas uma do ladinho da outra! Uma representada pela mulher, mais ornamentada, e a outra, obviamente, pelo homem e menos ornamentada por permanecer inacabada. Os nomes fazem menção aos reis de Savóia que moraram em Turim.

As igrejas, lado a lado

• Igreja de San Lorenzo

Abriga a cópia do Santo Sudário que dá pra ver, bem como a explicação dos sinais encontrados no tecido. Detalhe para o revestimento TODINHO feito em mármore branco, rosa e verde.

• Duomo di San Giovanni Batisti

Essa igreja está anexada colada no Palazzo Reale por ordens da Rainha Cristina na época. Contrasta com as demais igrejas por ter o teto todo branco, consequência de um incêndio. Por isso está em grande processo de restauração. É a igreja que guarda o “verdadeiro” Santo Sudário. Um verdadeiro cheio de poréns... Não da pra tirar foto de perto, nem sem flash (apesar de ter uma luz fortíssima sobre ele, vai entender...) e o tecido está disposto acima da linha de visão, de uma maneira que é impossível de ver qualquer coisa! Dizem os guias turísticos locais que de perto não da pra ver mais muita coisa. Ou seja... Foi só pra falar pra mãe que “viu” o Santo Sudário.

 Palazzo Reale, à direita da igreja

Interior e exterior do Duomo

Santo Sudário

• Igreja Nossa Senhora Auxiliadora

Construída por Dom Bosco em homenagem à santa. Em termos de beleza, ornamentos, dimensões, foi a igreja mais bonita que conheci até agora! Fica num cantinho da cidade, mas vale a caminhada.

Não poderia deixar de falar do Mole Antonelliana, orgulho da cidade, cartão postal e principal ponto turístico. Os locais ousam chama-lo de “a Torre Eiffel de Torino” (talvez pela parte mais alta?). Se você for paciente, é possível enfrentar a fila e subir pra ter a vista da cidade, das montanhas que no inverno ficam cobertas de neve e também dos Alpes Suíços.
Cidade cheia/fila imensa + elevador que leva menos de 10 pessoas por vez + final do dia = fiquei com as fotos e a vista do chão mesmo.

Por fim, particularmente a paisagem que vou guardar dessa viagem, foi ter caminhado às margens do Rio Pó. No final do dia, com aquela luz que já conhecemos, fechou com chave de ouro.

 Lembram das flores que falei no início do post?